sábado, 15 de dezembro de 2007

Um mundo de essencias florais


A energia vital das flores pode ajudar a equilibrar as emoções e aceitar os desafios da vida com mais facilidade. Espécies que vivem nas frias florestas do Alasca à ensolarada Califórnia, da exuberante mata Atlântica ao agreste de Pernambuco
A atual variedade de essências florais deixaria espantado o doutor Edward Bach, homeopata e bacteriologista inglês que criou a terapia, nos anos 30. As essências que desenvolveu para aliviar conflitos básicos da alma humana multiplicaram-se em muitas linhas e finalidades terapêuticas.

A brasileira Sandra Epstein, que criou florais colhidos na mata Atlântica, em São Paulo, é uma das centenas de pesquisadores em todo o mundo que seguiram os passos de Bach e desenvolveram novas essências. Na floresta Amazônica, outras duas brasileiras, Maria Alice Campos Freire e Isabel Facchini, produziram 81 florais, que utilizam no Centro de Medicina da Floresta, no Amazonas, ONG que desenvolve medicamentos com plantas amazônicas e os distribui ao povo da região.

No extremo norte do planeta, em meio aos muitos acres de flores silvestres do Alasca, o ex-bombeiro Steve Johnson chegou a 72 essências. E há ainda os sistemas da Califórnia, da Austrália e do Pacífico, entre outros.

Energia sutil
Diferentemente da fitoterapia, que extrai das plantas as substâncias com propriedades curativas, Edward Bach constatou que o campo vibracional da flor (também chamado de energia sutil) se assemelhava ao campo vibracional dos pacientes que apresentavam determinados desequilíbrios e estabeleceu a relação entre as essências e os problemas.

“Elas têm a capacidade de atingir campos de energia que se estendem para além do físico”, explica a terapeuta Cynthia Accioly Abu-Asseff, de São Paulo. “Em ressonância com vibrações sutis, os florais aceleram processos de transformação da consciência, despertando talentos e virtudes latentes”, completa a terapeuta mineira Maria Grillo.

Conheça agora as principais linhas de terapia floral, originárias dos diversos continentes.

Florais de Bach
O pioneiro sistema de florais foi desenvolvido pelo homeopata e bacteriologista inglês Edward Bach entre 1930 e 1936. São 38 essências, que buscam tratar angústias básicas, como medo, indecisão e falta de interesse.

Destaque: White Chestnut – Preparado com flores brancas da castanheira nativa da Índia, é indicado para quem tem pensamentos obsessivos, como se estivesse preso em uma conversa mental incessante. O floral traz quietude interior e clareza de raciocínio.
Florais da Califórnia
No final da década de 70, os americanos Richard Katz e Patricia Kaminski reiniciaram as pesquisas do doutor Edward Bach, adaptando-as para as flores californianas. Hoje, esse repertório conta com 103 essências, e há mais 222 em estudo.

Destaque: Califórnia Poppy – Primeira essência estudada pelos pesquisadores, extraída de uma papoula dourada, é indicada para quem tem desequilíbrios físicos e emocionais por buscar o brilho fora de si mesmo, através de vícios ou outras formas de escapismo. O floral encoraja um desenvolvimento interior tranqüilo e equilibrado.
Florais do Alasca
O bombeiro florestal americano Steve Johnson descobriu um paraíso de flores silvestres no interior do Alasca e criou em 1983 um repertório de oito essências, que cresceu para 72, acrescido também de flores cultivadas. As terras geladas abrigam milhões de acres de tundras e florestas que se destacam pela pureza, vitalidade e resistência – muitas plantas crescem em uma fina camada de solo sobre gelo permanente.

Destaque: Blue Elf Viola – Comum nos jardins do Alasca, é uma pequena flor roxa de centro amarelo-alaranjado. A essência ajuda a expressar a raiva reprimida ou colocada de forma destrutiva, auxiliando no processo do perdão.
Florais do Bush Australiano
A Austrália tem o maior número de plantas floridas catalogadas do mundo. “Bush”, em inglês, significa arbusto, um tipo de vegetação dominante naquele continente. A bisavó e a avó do homeopata Ian White, criador do sistema, foram pioneiras na pesquisa de propriedades medicinais das plantas australianas. Esse repertório conta com 72 essências.

Destaque: Five Corners – Flor cor-de-rosa com cinco lóbulos amarelos que formam uma estrela de cinco pontas. Usada para fortalecer a auto-estima quando não se reconhecem a própria força e beleza.
Florais Living Essences da Austrália
O casal Vasudeva e Kadambii Barnao pesquisa flores desde 1977. Além do uso tradicional das essências, ministradas por via oral, propõem sua aplicação por meio de cremes e loções, para tratar principalmente dores e estresse. Já foram catalogados 88 florais.

Destaque: Purple Nymph Waterlily – Da flor púrpura é obtida uma essência indicada para os que costumam se doar sem medida, mas pedem reconhecimento na mesma proporção. A essência ajuda a desenvolver o desapego.
Florais do Pacífico
Desde 1983, a terapeuta floral e acupunturista Sabina Pettit pesquisa as virtudes terapêuticas das plantas da costa noroeste do Canadá, mais especificamente na ilha de Vancouver. Ela associou cada uma das 48 essências a uma oração ou bênção e a diferentes pontos do corpo.

Destaque: Purple Magnolia – Essência obtida de uma flor de coloração púrpura, usada para equilibrar a libido e o desejo sexual. Encoraja a intimidade plena com o parceiro e intensifica sentimentos e sensações.
Florais Tropicais Havaianos
Esse sistema mistura antigas espécies nativas de plantas polinésias com flores tropicais introduzidas bem mais tarde na região pelos colonizadores americanos. Foi desenvolvido no Havaí pela inglesa Penny Medeiros e conta com 70 essências.

Destaque: Nani-ahiahi – é uma flor bastante comum no Havaí. Seu nome quer dizer “beleza da tarde”, já que suas pétalas delicadas abrem-se por volta das 16 horas. Indicada para alívio de sofrimentos profundos, como a dor causada pela perda de uma pessoa querida.

Os especialistas defendem que as essências produzem efeitos mais rápido quando utilizam flores locais
Florais de Minas
Primeiro sistema desenvolvido no Brasil, com 135 essências, abrange plantas do Quadrilátero Ferrífero (serra do Cipó, região de Ouro Preto, Itabira e Itaúna), em Minas Gerais. É desenvolvido pelos pesquisadores Breno Marques e Ednamara Vasconcelos desde 1988. Os estudos começaram com a flor da mostarda.

Destaque: Margarida – indicada para quem tem uma visão fragmentada da vida, supervalorizando o lado racional em detrimento do espiritual. A essência favorece a integração das informações e ajuda na escolha de caminhos.
Florais de Araretâma
O nome tupi-guarani significa “terra de luz”. Com 27 plantas, é o menor sistema de essências do planeta, criado pela pesquisadora Sandra Epstein utilizando espécies da mata Atlântica, mais especificamente da serra do Mar, de Ubatuba e de Cunha, no vale do Paraíba, em São Paulo.

Destaque: Oyamã – flor do cacaueiro, inspira confiança, clareia pensamentos confusos e ajuda a desenvolver o amor-próprio. Vale também como recurso contra depressão, medo e ansiedade.
Florais de Saint Germain
Em 1996, a artista plástica Neide Margonari criou sua primeira essência, mais exatamente, em 1º de maio, quando se comemora a ascensão espiritual de Saint Germain, místico que viveu no século 19. Daí o nome do repertório, com 72 florais, processados na mata atlântica, em São Paulo.

Destaque: Allium – é a flor do alho, usada para trazer proteção, devolver a calma e atuar como coadjuvante contra o esgotamento físico e emocional.
Florais Filhas de Gaia
Gaia significa Mãe-Terra. O sistema de 57 essências, criado pela pesquisadora mineira Maria Grillo, utiliza flores nativas brasileiras. Elas são encontradas em diversos ecossistemas das regiões Sul, Sudeste e Nordeste.

Destaque: Paineira – flor-símbolo desses florais, propicia a reconexão com os valores femininos, como o aconchego, a proteção, a nutrição e o amor. Ideal para momentos de carência afetiva, rejeição e abandono.
Florais da Amazônia
Em 1994, Maria Alice Campos Freire e Isabel Facchini se aprofundaram no estudo das flores amazônicas às margens de um afluente do rio Purus, o mais caudaloso afluente do Amazonas. Criaram 81 essências, potencializadas pelo sol ou pela chuva, já que no interior da floresta nem sempre os raios solares conseguem penetrar.

Destaque: Castanheira – a árvore é abundante em toda a floresta amazônica. O floral alivia traumas, medos e inseguranças enraizados no passado.

Fonte: Revista Bons Fluidos - Ed Abril

Nenhum comentário: