quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Atitude é tudo!


Jerry era o tipo do sujeito que você adoraria odiar. Estava sempre bem e tinha sempre algo positivo para dizer. Quando alguém perguntava “Como vai?”, ele respondia: “Muito bem, e cada vez melhor!”.

Ele era o único gerente de uma cadeia de restaurantes. E todos os garçons seguiam seu exemplo. A razão dos garçons seguirem Jerry era a sua atitude. Ele era naturalmente motivador. Se algum empregado estivesse tendo um mau dia, Jerry estava lá, mostrando ao empregado como olhar o lado positivo da situação.

Sentia-me realmente curioso ao observar o seu estilo, e então, um dia eu perguntei: “Eu não acredito! Não podes ser uma pessoa positiva o tempo todo... Como consegues?”. E ele: “Toda manhã eu acordo e digo a mim mesmo: Jerry, tens duas escolhas hoje: escolher estar bem ou escolher estar mal. Então eu escolho estar bem. Quando acontece alguma coisa desagradável, eu posso escolher ser vítima da situação ou posso escolher aprender algo com isso. Eu escolho aprender algo com isso! Quando alguém vem reclamar comigo, eu posso escolher aceitar a reclamação, ou posso escolher apontar o lado positivo para a pessoa. Eu escolho apontar o lado positivo da vida.”

Então eu argumentei: “Ok!! Mas não é tão fácil assim!!” “É fácil sim” – Jerry disse... “A vida consiste em escolhas. Quando tiras todos os detalhes e “enxugas” a situação, o que sobra são as escolhas, decisões a serem tomadas. Você escolhe como reagir às situações, escolhes como as pessoas irão te afetar. Você escolhe estar feliz ou triste, calmo ou nervoso... Em suma: é uma escolha tua como você vive sua vida”.

Bem... eu não tinha escolha senão refletir sobre tudo o que Jerry dissera...

Algum tempo depois deixei o restaurante para abrir meu próprio negócio. Nós perdemos contato, mas eu freqüentemente pensava nele quando tomava a decisão de viver ao invés de ficar reagindo às coisas. Alguns anos mais tarde, eu ouvi dizer que Jerry havia feito algo que nunca se deve fazer quando se trata de restaurantes: deixou a porta dos fundos aberta, e foi rendido por três assaltantes armados.

Enquanto tentava abrir o cofre nervoso, errou a combinação. Os ladrões entraram em pânico, atiraram nele e fugiram. Por sorte, Jerry foi encontrado relativamente rápido e foi levado às pressas ao pronto socorro local. Depois de dezoito horas de cirurgia e algumas semanas de tratamento intensivo, Jerry foi liberado do hospital com alguns fragmentos de balas ainda em seu corpo. Encontrei Jerry seis meses depois do incidente.

Quando perguntei: “Como estás?” ele respondeu: “Muito bem e cada vez melhor! Quer ver minhas cicatrizes?” Perguntei o que se passou pela sua mente quando os ladrões invadiram o restaurante. “A primeira coisa foi que eu deveria ter trancado a porta dos fundos.” Respondeu. “Então, depois, quando estava baleado no chão, lembrei que eu tinha duas escolhas: podia escolher viver ou podia escolher morrer. Eu escolhi viver”.

“Perguntei: “Não teve medo? Não perdeu o sentido?” Jerry continuou: “A equipe médica era ótima. Eles diziam o tempo todo que tudo ia dar certo, que tudo ia ficar bem. Mas, quando fui levado de maca para a sala de emergência eu vi as expressões nos rostos dos médicos e enfermeiras. E tive medo. Em seus olhos eu lia: “Ele é um homem morto”. “Eu sabia que tinha que fazer alguma coisa.”.

“E o que você fez?” – perguntei. “Bem, havia uma enfermeira grande e forte fazendo perguntas... Ela perguntou se eu era alérgico a alguma coisa. “Sim” – eu respondi. Os médicos e enfermeiras pararam imediatamente, esperando por minha resposta. Respirei fundo e respondi: “Balas!” Enquanto eles riam eu disse: “Estou escolhendo viver. Operem-me como se eu estivesse vivo e não morto.”

Jerry sobreviveu graças à experiência e habilidade dos médicos, mas também por causa da sua atitude. E aprendi com ele que, todos os dias, temos que escolher viver a vida em sua plenitude, viver por completo.

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