segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Falando sobre a Depressão


Depressão é uma doença, considerada por muitos, como o mal do século. A depressão é uma enfermidade afetiva, de natureza cíclica, ou seja, quem já teve uma vez, tem maior probabilidade em tê-la novamente e, na fase crítica, se caracteriza pela presença de sintomas físicos e psicológicos.

Os sintomas são de ansiedade, apatia, desânimo, tristeza, indiferença por tudo e por todos. O depressivo apresenta falta de iniciativa e baixa auto-estima. Pode vir associada com perturbações no sono, dor de cabeça e perda de apetite. Ela consiste no surgimento de um sentimento generalizado de tristeza que varia de grau, passando por um sentimento de desalinho moderado até o mais intenso desespero. Ela pode durar poucos dias ou estender-se por semanas, meses e até anos.

Na visão espiritual, é um transtorno do humor, com baixa da atividade geral, levando a sofrimento íntimo profundo, desesperança, falta de fé em Deus, em si próprio e na vida. O deprimido apresenta duas características: egoísmo e agressividade. Egoísmo por crer que sua dor é a maior do mundo e agressividade voltada principalmente contra si mesmo.

Já comentei em outros textos, que a doença é o resultado do desequilíbrio energético do corpo físico em razão da fragilidade emocional do espírito que o aciona. A depressão instala-se pouco e pouco, porque as correntes psíquicas desconexas que a desencadeiam, desarticulam, vagarosamente, o equilíbrio mental.

O tratamento psicológico é muito importante por auxiliar no auto-conhecimento, nas resoluções de conflitos e tomada de posição diante dos problemas. Porém, é muito importante desenvolver uma busca espiritual, ter fé em algo divino, para conseguir superar a fase crítica da depressão, acreditando que dias melhores virão. Falar com o depressivo sobre essa esperança é vital, pois muitos pensam em cometer suicídio. Cautelosamente, além de incutir sentimentos positivos, precisamos também deixar claro que eles precisam gostar deles mesmos, e que seus atos fazem sofrer os que estão à sua volta. Eles precisam sentir que são amados, para que os pensamentos negativos se afastem, dando lugar à esperança.

Todos nós temos um limiar para suportar a dor, o sofrimento, a frustração sem que algo mais grave nos aconteça, porém, este limite parece estar muito relacionado com o nosso grau de equilíbrio interior. Importante se faz, associado ao tratamento com terapia, a busca da própria espiritualidade.

A tristeza faz parte de nossa condição humana e não há quem não tenha sofrido por ela, portanto é muito importante não confundir estados passageiros de melancolia com a depressão, normais em alguns momentos na vida de qualquer ser humano, com a tristeza profunda encontrada nos depressivos. Ninguém sabe o que um deprimido sente, só ele mesmo e talvez quem tenha passado por isso.

Transcrevo abaixo, um poema psicografado por Chico Xavier, que gosto muito e que poderá ajudar àqueles que convivem com depressivos, pois o depressivo, nem ao menos se interessa por leitura:

O que mais sofremos

O que mais sofremos no mundo:
Não é a dificuldade. É o desânimo em superá-la.
Não é a provação. É o desespero diante do sofrimento.
Não é a doença. É o pavor de recebê-la.
Não é o parente infeliz. É a mágoa de tê-lo na equipe familiar.
Não é o fracasso. É a teimosia de não reconhecer os próprios erros.
Não é a ingratidão. É a incapacidade de amar sem egoísmo.
Não é a própria pequenez. É a revolta contra a superioridade dos outros.
Não é a injúria. É o orgulho ferido.
Não é a tentação. É a volúpia de experimentar – lhes os alvitres.
Não é a velhice do corpo. É a paixão pelas aparências.
Como é fácil de perceber, na solução de qualquer problema, o pior problema é a carga de aflição que criamos, desenvolvemos e sustentamos contra nós.

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