terça-feira, 11 de setembro de 2007

Falando sobre a homossexualidade - Parte I


Tenho como objetivo aqui, auxiliar aos pais que temem pelas escolhas sexuais de seus filhos e, principalmente àqueles que já estão cientes desta possibilidade. Muitos pais tendem a menosprezar sinais de que algo não está bem com nossos filhos, mas optam por deixar para lá para evitarem o sofrimento, sem perceberem que estão no limiar de um abismo.

Já é sabido que muitos adolescentes cometem o suicídio por não conseguirem lidar com suas escolhas sexuais, pelo preconceito percebido, muitas vezes no próprio lar! Depois, os pais se culpam por não terem dado o que poderiam ter dado, enquanto ainda havia possibilidade, e nada mais é do que amor, compreensão e apoio. Portanto vamos falar deste assunto, para quebrar paradigmas e abrir novas possibilidade de se olhar essa questão, para a própria família, para um parente próximo ou um amigo. Todos sabemos que a maioria se sente invunerável, e sabemos muito bem, que não o somos, portanto, melhor avaliarmos essa questão, com bom senso, enquanto ainda temos possibilidades.

Estudos recentes demonstram que a homossexualidade é um processo biológico normal. A homossexualidade, por si só, não implica em qualquer deterioração no discernimento, estabilidade, credibilidade ou nas capacidades vocacional ou social. A homossexualidade não é uma doença nem uma perturbação mental. Ser homossexual é mais uma variante da espécie humana, como o ser canhoto, negro, alto, magro. Não há, portanto, nada de errado em ser homossexual.

A escolha sexual é formada nos primeiros anos de vida. Muitos especialistas acreditam que a escolha ocorre antes de nascer, outros por volta dos cinco anos de idade. A homossexualidade, por si só, não promove a anormalidade psicológica. O viver sob opressão e o pretender não ser homossexual, contudo, pode prejudicar os sentimentos de auto-estima e, isso sim, pode causar sérios danos psicológicos.

A homossexualidade como modalidade de orientação sexual é universal, surgindo em todas as sociedades. Todas as sociedades produzem conjuntos similares de homossexuais assumidos. Embora nem todos concordem a homossexualidade não é uma doença, porém ela poderá levar a várias doenças tanto físicas pela possível promiscuidade, quanto psicológicas, pelo preconceito da sociedade.

O preconceito com relação aos homossexuais é o que provoca sérios distúrbios psicológicos, quer no adolescente, quando teme assumir o que escolheu, quanto para os familiares que se preocupam com o que os outros irão pensar! A homossexualidade era considerada normal na Grécia e Roma Antigas, tanto na época de prosperidade, como na época de queda, sendo que os homossexuais eram elevados a altas posições de liderança.

A religião e a fé são componentes fortes para reforçar esse preconceito, porém, Jesus não disse uma única palavra acerca da homossexualidade. Entre muitas das coisas condenadas encontram-se o adultério, muito comum e nem tão reprimido... Tentar mudar a uma resposta sexual de homo para heterossexual é desastroso e tem, geralmente, consequências graves. Temos uma escolha de como nos havemos de tratar uns aos outros. O ódio para com os homossexuais é obra dos homens, não de Deus.

Importante ressaltar que a homossexualidade não é uma opção sexual, pois isso pressuporia a existência de uma escolha consciente e real por parte do sujeito homossexual, que não existe: ninguém escolhe ser homossexual, heterossexual, branco, negro, alto, baixo... Desta forma estamos perante uma orientação sexual, cuja existência não depende da vontade do mesmo.

Muitos homossexuais não se revelam às famílias e colegas porque têm medo de serem rejeitados ou de se serem ridicularizados. Importante ressaltar que se forem verdadeiros acerca de quem verdadeiramente são, é o primeiro passo em direção à compreensão e à aceitação pelos outros. Uma família adequada é aquela que ensina e transmite amor, desenvolve a auto-estima e o respeito pelos outros.

Como pai ou mãe, você acredita que se sentiria melhor se o seu filho lhe mentisse deliberadamente, mas no fundo sabe que não. Normalmente queremos conhecer e amar nossos filhos, como eles realmente são e, principalmente, apreciamos sentir sua confiança em nós, demonstrando o quanto nos ama, bem como necessitando de nosso apoio.

As pessoas não precisam ser sexualmente ativas para saberem a sua orientação sexual, pois os sentimentos e emoções são igualmente parte da identidade de uma pessoa. O compreender a nossa sexualidade pode ser um processo que dure uma vida inteira e os adolescentes não se deveriam se preocupar em definirem sua sexualidade no início, mas eles precisam do apoio dos pais. Porém, muitos pais tendem a ver no comportamento dos seus filhos homossexuais, atitudes de vingança, baseados em conceitos deformados frente ao conflito de gerações, ou tendem a se sentirem culpados pela escolha do filho. Pesquisas revelam que os homossexuais se encontram em todo o tipo de família, com diferentes ambientes, portanto, a causa não seria a família. Não é saudável, apressar o processo de compreensão da orientação sexual de seu filho.

O apoio dos pais é muito importante para se evitar possíveis desequilíbrios emocionais, principalmente o suicídio, portanto não critiquem seu filho por ser diferente e procure ajuda profissional para ele ou para alguém da família, incluindo os próprios pais, evitando uma possível depressão. Não exijam que ele viva de acordo com seus ideais, defendendo-o de todo e qualquer tipo de discriminação.

Os pais tendem a se preocupar com a solidão dos filhos, porém, o risco da solidão é um risco inerente a qualquer um de nós enquanto seres humanos. Nenhum de nós está livre de ficar sozinho um dia. A preocupação maior deveria ser com a possível depressão e incapacidade em lidar com a rejeição, correndo-se o risco de se levar um adolescente ao suicídio, como existem inúmeros casos por aí.

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