quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Falando sobre a homossexualidade - Parte II


Os homossexuais são pessoas como qualquer outra que nascem, adoecem e morrem como qualquer um. Nossa sociedade torna suas vidas mais difíceis e dolorosas pelo preconceito. O importante é saber que a felicidade vem do exercício pleno dos direitos dos indivíduos. Nesses se inclui o pleno exercício da sexualidade seja ela qual for. A aceitação pessoal é o primeiro passo para se conquistar o orgulho de viver.

O fato real sobre este tema é que uma parte significativa da sociedade quer que os homossexuais desapareçam, ou seja, acabam matando-os diretamente ou indiretamente, de muitas maneiras, uma delas é através do suicídio.
Vivemos numa sociedade que fornece às crianças diversos graus de problemas de ódio interior para aqueles que assumem a sua orientação homossexual. Estes fatos encontram-se muitas vezes associados a problemas de suicídio e outras ações auto-destrutivas, como as drogas, por exemplo. Dependendo da religião, ou daquilo que uma criança foi ensinada a reconhecer como Deus, os problemas de suicídio podem começar mesmo antes da adolescência.

O preconceito é o maior vilão da não integração destes grupos, tanto gays quanto lésbicas, à sociedade. Ele impede a normalidade da vida destas pessoas, fazendo com que estas se sintam culpadas de terem este comportamento sexual, que na verdade pertence somente a cada uma delas independente da qualquer outro comportamento ditado pela sociedade como sendo normal.

Quando ensinamos a um jovem homossexual quer através da religião, quer através da escola, que a sua vida não tem qualquer valor, eles acabarão por a tratar como tal: sem valor. Farão coisas para demonstrarem que não se auto-respeitam, tais como usarem drogas, tentativas de suicídio ou situações de promiscuidade.

Alguns estudos têm mostrado que os homossexuais estão mais sujeitos a depressão, abuso de álcool e suicídio que os heterossexuais. As possibilidades de tentar terminar com sua vida são treze vezes maiores para os homossexuais e bissexuais que para o restante da população de sua mesma idade e condição social. Em cada três indivíduos que cometem uma tentativa de suicídio, um é homossexual ou bissexual. Alguns pesquisadores estão identificando a adolescência como uma fase especialmente vulnerável ao suicídio. A orientação homossexual está significativamente relacionada aos sintomas ligados ao suicídio, em comparação com os heterossexuais.

Os adolescentes homossexuais se sentem humilhados e acreditam que serão detestados por todos, principalmente pelos que mais amam, pois estão acostumados a ouvir anedotas a respeito. Eles pensam em como manter o seu segredo, ou ser quem o é, e temem a ser gozado e rejeitado pelos outros. Eles vivem uma luta interior constante e, muitas vezes, não têm estrutura psicológica para superar esses sentimentos, vendo a morte como única saída.

A depressão é aparente, mas muitos pais preferem associar aos problemas naturais desta fase, a adolescência, muitas vezes estão certos, mas melhor prevenir do que se arrepender depois, portanto, a melhor saída é o diálogo, permeado por amor e respeito.Tudo que eles desejam é viver uma vida normal, muitos tentam mudar e/ou aguardam ansiosamente que seus desejos passem, mas no fundo, apenas querem ser aceitos.

Espero ter sensibilizado muitos pais de adolescentes que se encontrem nesta situação, pois depois da tragédia, só restará dor e sofrimento, além de culpa e remorso, então porque não tentar evitar? O diálogo é o caminho, com muita compreensão, respeito e amor! Para o adolescente, guardar um segredo como este é um fardo pesado demais para se carregar, e com o espírito torturado e deprimido, eles poderão ver no suicídio, uma salvação, este é um perigo muito grande! Levem a sério os ataques de depressão de seus filhos, pois eles poderão estar num caminho sem volta, se não for sério, qual o problema? Não será melhor assim? Dêem muito amor, enquanto há tempo, pois depois, nada restará, a não ser as lágrimas...

Muitos adolescentes aguardam ser questionados sobre o que os deprime, quando não perguntamos o que está acontecendo, eles sentem que não são amados. Sabemos que isto não é verdade, mas é como eles se sentem! Tudo o que eles esperam é compreensão e apoio. Eles não tem, muitas vezes, condições de perceber que com o suicídio, estão assumindo o medo, o erro e o ódio dos outros, se auto-destruindo, acreditando que a morte irá aliviar desta batalha infame que os corrói, então precisam de amor e apoio, principalmente da família. O amor dos pais não impõe condições, portanto dêem o máximo que puderem, para evitar que seu filho busque as drogas ou até mesmo o suicídio...

Atendo e já atendi a muitas famílias com esse problema, acreditem ou não, ele é muito mais comum do que possamos imaginar. Muitos vêm antes da tragédia, mas a maioria, procura ajuda para superar as sequelas, realmente espero ter contribuido para que muitos acordem a tempo!

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