domingo, 26 de agosto de 2007

Os idosos e os animais


As evidências mais antigas da amizade entre o homem e os cães datam de 12 mil anos antes de Cristo, em que ossos de homens e cães aparecem na mesma tumba. A interação homem-animal tem sido abordada pela sociologia, psicologia, antropologia, medicina veterinária e outras ciências.

Ter um bicho de estimação pode não ser apenas uma questão de lazer ou de companhia. A medicina está descobrindo que eles também podem ser benéficos para a saúde humana. Estudos desenvolvidos na área de Medicina Veterinária da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), em Botucatu, evidenciam que o contato com animais melhora os batimentos cardíacos dos idosos, além do estímulo emocional resultante da troca de carinhos.

Fuchs cita algumas vantagens resultantes do convívio com animal de estimação, tais como:
- alívio para situação tensa;
- disponibilidade ininterrupta de afeto;
- faz a pessoa rir;
- representa companhia constante;
- dá amizade incondicional;
- proporciona contato físico;
- dá proteção e segurança;
- a presença do animal faz a pessoa ter o que fazer.

A medicina parece estar aumentando suas apostas no papel que os animais podem ter além do convívio com os homens. Hoje, no Brasil, as universidades têm aberto mais as portas para experiências que queiram comprovar a eficácia da zooterapia.

Uma das pioneiras no uso na zooterapia no país, a médica veterinária e psicóloga Hannelore Fuchs coordena o projeto Pet Smile, em São Paulo, há quase dez anos. Ela fundou a Abrazoo – Associação Brasileira de Zooterapia. "Além de servir como distração, a visita dos animais é importante para a saúde das crianças. Pesquisas mostram que boas emoções interferem de maneira positiva no sistema imunológico", afirma a pediatra Maria Tereza Gutierrez, da Santa Casa de São Paulo. Segundo a médica, a visita gera bons frutos no ambiente hospitalar, interferindo no humor não só dos pacientes, mas de enfermeiros e médicos.

Além de as universidades investirem em estudos dessas terapias, Terapias Assistidas por Animais, outros programas que usam os animais para promover bem-estar às pessoas. Atividades Assistidas por Animais também têm encontrado respaldo de profissionais da saúde.

A humanidade trata a velhice como uma deficiência. Somado aos limites biológicos provocados pela idade, isso vem a prejudicar ainda mais a recuperação física e mental dos pacientes. Existem espalhados pelo mundo trabalhos utilizando cães que buscam justamente melhorar a condição física de idosos. O fato é que terapias fisico-psíquicas têm obtido resultados expressivos utilizando animais adestrados como co-terapeutas.

Estes animais estabelecem com os idosos uma comunicação recíproca que possibilita um restabelecimento da auto-estima, respeito, companheirismo, visão de futuro, vontade de viver e ainda estimula a liberação de substâncias que podem ser benéficas ao organismo, como endorfina e adrenalina. Estas terapias contam com cães adestrados por um profissional da área e com o auxílio de psicólogos, fisioterapeutas, médicos e médicos veterinários, onde os cães realizam exercícios buscando estimular o idoso nos sentidos físico e psicológico, trazendo benefícios para os mesmos.

Para comprovar esta relação, foi realizada uma revisão bibliográfica, obtendo várias informações, como exemplo: Em 1999 Karen Allen, cardiologista da Universidade de Nova York, congregou 48 corretores do mercado financeiro (homens e mulheres) que apresentavam altos níveis de pressão arterial e stress. Metade deles, escolhidos ao acaso receberam um cão ou gato que passaram a morar juntos. Após um semestre o grupo "tratado" com animais de estimação tinha pressão arterial normal e o stress reduzido à metade.

BECK e KATCHER (1996) pesquisaram a sobrevivência de enfartados coronários possuidores ou não de animais de estimação. Nessa pesquisa, eles analisaram 92 pessoas. Destas 53 possuíam animais de estimação incluindo cães, neste grupo foi alcançado o índice de sobrevivência de 94%, após o infarto. No restante do grupo, que não possuía animais, o índice obtido caiu para 71%. Em 1997, KATCHER acompanhou 2805 pessoas por 89 meses. As mulheres observadas que tomavam antidepressivos e possuíam animais de estimação, precisavam de doses menores do que as que não os possuíam.

Tendo em vista os benefícios obtidos com a interação homem-animal, acredita-se que, uma terapia onde predomine esta interação seja uma alternativa positiva de reabilitação física e mental em idosos, pois a ação de cuidar de outro ser vivo tende a ser auto-curativa.

Fontes:
www.projetocao.org.br
www.portaldoenvelhecimento.net
www.pucsp.br

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